15/05/2011

Segurança em alerta: acidentes matam mais que catástrofes naturais

Caros Leitores,
O momento é de profunda reflexão. O que está acontecendo nos postos de trabalho do nosso País pode ser chamado de carnificina humana. Dados do governo revelam que, só no ano de 2009, morreram 2.496 trabalhadores no Brasil. Esse número é maior que o de vítimas de catástrofes naturais no mundo. Mais preocupante ainda, é saber que esses dados são apenas de acidentes fatais, pois os registros de acidentes de trabalho nesse período chegam a 723.500.
Pesquisadores apontam o rápido crescimento da economia como o fator determinante para estes números. Técnicos do INSS afirmam que a aceleração da economia criou muitos postos de trabalho e que, nesta demanda, as empresas contrataram profissionais que muitas vezes não estavam qualificados para atuarem neste cenário atual, o que aumenta a possibilidade de se acidentarem. As  pesquisas apontam a faixa entre o primeiro e o sexto mês de trabalho como o mais crítico, ou seja, os novatos estão se acidentando mais. Registros mostram que, o número de acidentes entre pessoas de 20 a 29 anos, tem um percentual maior que as outras faixas etárias. Fica evidente que os fatores, falta de experiência e qualificação, são determinantes para este elevado índice de mortes e acidentes no trabalho.
Precisamos urgentemente de ações proativas, que façam mudar o cenário nacional na questão de Saúde e Segurança no Trabalho. O nosso País ainda não tem políticas públicas voltada para a questão dos acidentes laborais, o Decreto que institui a Política de SST, ao qual mencionamos aqui no nosso blog, até a data de hoje, não foi assinado pelo governo. O que estão esperando? Que mais trabalhadores, pais e mães de famílias sejam mortos enquanto tentam sustentar seus filhos e filhas? Querem cavar mais covas todos os dias em prol do “crescimento”?
É o momento para tomar as rédeas da situação e fazer vigorar essa tal política de segurança, e rezar para que esta seja eficaz, no sentido de obrigar empresas assassinas, a mudarem sua cultura de segurança. Porque enquanto não há prejuízos econômicos para estas, matar trabalhadores, ao invés de fazer prevenção, ainda é um “bom negócio”.

Nenhum comentário: